8 de março de 2008




Vivo sem tempo, num tempo sem vida.
Vivo sem vida, numa vida sem tempo.

Sinto o tempo passar incógnito
Pelos dias. Passam árvores, montanhas,
Voo pelos campos neste trem...
Vertiginoso, numa náusea de vómito.

Não existe uma calma ermida,
Algures no alto de umas penhas,
Onde o devir pare num doce bem?
Onde o veloz tormento
Deste viver em frémito, indómito,
Se acalme e morra, sem lamento?

Cova doce, espero-te, vem...







Leite de Faria (1957 ?)
Pintura de Dewing



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