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Onde nasceu o meu amor por ele!
Gosto do meu Alentejo – Tragédia!
Imenso, quente e nu!
Gosto da sua terra de barro
Da cor da carne viva!
Gosto de ouvir dizer
Chaparro, tarro, seara,
Almeara, restolho,
Palavras musicais
Fortes, gostosas,
Que o alentejano diz arrastando
Como se arrasta a saudade,
E a ansiedade da sua alma
De homem solitário,
Que tem pudor do riso
E orgulho no canto,
- Esse estranho pranto
Dos sonhos que tem sem se aperceber!...
Gosto do meu Alentejo
De Inverno frio, arrepiante,
Onde só um ventinho cante!
Gosto das suas tardes de Verão,
De calma sufocante,
Onde nem pássaros cantem
E só a cigarra cante!
Gosto da terra!
Da terra que se oferece
Ali, à luz do dia!
Dessa terra fecunda,
Como um ventre macio
Que por amor de Deus
Concebe o Pão – o nosso Pão,
Em toda a imensidão
Duma nudez sem pecado!
Gosto do meu Alentejo só,
Tragicamente mudo
Sob o olhar azul do céu!
Gosto de ver bailar
O silêncio mais a escuridão
Nas noites sem Luar!
E, de dia…
O que impõe o Alentejo,
O que nele me seduz,
É ver o silêncio
Mais a solidão,
A gerar o pão
Em bebedeiras de luz!...
Maria José Travelho Rijo Primavera de 1955
Alentejo Maio08
3 comentários:
Gostei desta tua lente, novamente a Sul...
sê bem-vinda, Euterpe.
Maio maturação do centeio
Da cevada a madurar de vez
Aloirando com o tempo
Onde espenicam pardais
Bichos que tais
Que te saudam na rima
Encantam e te dão estima
Em trinares de melodia
Como quem ensina
O canto e a espiga
Em fusões de encanto
De cores suaves
Com flores
…………….
E os lírios são lírios
São tristes martírios
Que saudades dão
Beijinhos da gente e muitas felicidades
Linda foto...adoro os ninhos, as cegonhas....e as torres das igrejas lindas (mesmo a estranha e mesmo que não tenham sinos ...)
Um beijo Amor
IR
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