Portugal é o único país na Europa que produz chá.. É na ilha de São Miguel (nos Açores) onde se encontram as plantações que se acredita terem sido inseridas por volta de 1750.
Breve nota histórica:
A utilização do chá, cuja planta é designada por: Camellia Sinensis (L.) O. Kuntze), ao que parece, começou por ter um carácter medicinal e o seu uso como bebida, preparada a partir de infusão das folhas de chá, data de há milénios. Segundo a lenda deve-se ao imperador Shen Nung (2737 a.c.) a descoberta das propriedades estimulantes do chá. O tratado de Lu Yu, primeiro tratado sobre chá escrito no séc. VIII durante a dinastia Tang, ajudou a imortalizar o papel da China como responsável pela introdução do chá no mundo. No século seguinte a cultura do chá foi introduzida no Japão por um monge budista.
A cultura resultou com êxito e desenvolveu-se rapidamente, talvez única na história dos produtos de consumo humano e que tocou não só o domínio técnico e económico mas também, e principalmente, os domínios artístico, poético, filosófico e mesmo religioso, envolvendo o consumo de chá nestes dois países, mas principalmente no Japão, um cerimonial por vezes complexo mas sempre de grande significado. A sua introdução na Europa só se veio a verificar no início do séc. XVII, em consequência do comércio que então se estabelecia entre a Europa e o Oriente. Teriam sido os holandeses a trazer pela primeira vez o chá à Europa, sendo responsáveis pela intensificação do seu comércio mais tarde desenvolvido pelos ingleses. O chá era importado por intermédio da famosa “Tea English East Indian Company”, que detinha o monopólio do comércio de chá com a Ásia e que em 1715 se estabeleceu em Cantão passando a gozar de uma situação privilegiada. Esta manteve-se até 1833, altura em que se viu forçada a procurar novas fontes de abastecimento; virou-se então para as possessões da Inglaterra na Ásia (India e Ceilão) onde introduziu a cultura, primeiro na India e depois em Ceilão.
A cultura resultou com êxito e desenvolveu-se rapidamente, talvez única na história dos produtos de consumo humano e que tocou não só o domínio técnico e económico mas também, e principalmente, os domínios artístico, poético, filosófico e mesmo religioso, envolvendo o consumo de chá nestes dois países, mas principalmente no Japão, um cerimonial por vezes complexo mas sempre de grande significado. A sua introdução na Europa só se veio a verificar no início do séc. XVII, em consequência do comércio que então se estabelecia entre a Europa e o Oriente. Teriam sido os holandeses a trazer pela primeira vez o chá à Europa, sendo responsáveis pela intensificação do seu comércio mais tarde desenvolvido pelos ingleses. O chá era importado por intermédio da famosa “Tea English East Indian Company”, que detinha o monopólio do comércio de chá com a Ásia e que em 1715 se estabeleceu em Cantão passando a gozar de uma situação privilegiada. Esta manteve-se até 1833, altura em que se viu forçada a procurar novas fontes de abastecimento; virou-se então para as possessões da Inglaterra na Ásia (India e Ceilão) onde introduziu a cultura, primeiro na India e depois em Ceilão.
Na Inglaterra, o seu consumo intensificou-se rapidamente e a partir de meados do séc. XVIII o chá tornou-se a bebida de eleição de todas as classes sociais. É de sublinhar a popularidade que ainda hoje goza neste país, sendo bem conhecido o lugar que esta bebida ocupa na vida de todo o cidadão britânico. A sua popularidade estendeu-se aos países onde a influência inglesa se fez sentir, primeiro nos EUA depois a Austrália e o Canadá Actualmente o chá é a bebida mais consumida em todo o mundo. Em território português, presentemente, o chá só é cultivado em S. Miguel nos Açores onde a cultura, que se pratica desde finais do século XIX.
A produção do chá nos Açores:
Não havendo um registo oficial da data de introdução do chá na ilha de São Miguel, a partir de vários relatos acredita-se a inserção inicial datar de 1750.
Em 1874, chegaram aos Açores (Ilha de S. Miguel) as primeiras sementes de Camellia sinensis e, alguns anos mais tarde, foram chamados dois especialistas chineses que se dedicaram a ensinar aos fabricantes locais as técnicas de preparação das folhas. Todas as variedades de chá provêm dos rebentos jovens desta planta, as diferenças derivam do clima, do período da colheita e do tratamento a que são submetidos posteriormente. Chegaram a funcionar na Ilha de São Miguel mais de uma dezena de plantações com fábrica própria. Entre elas encontrava-se a Gorreana que é actualmente, a única plantação com fábrica de chá de toda a Europa. A Gorreana explora 23 hectares, uma área capaz de produzir cerca de 40 toneladas de chá seco. São necessários em média, cerca de 4 Kg de folhas de chá fresco para obter 1 Kg de chá seco pronto para infusão.
"As imensas fileiras dos verdes arbustos que envolvem a Gorreana, proporciona a matéria prima essencial de todas as variedades de chá que aqui é produzido. Apesar de ser a mesma planta que fornece todo o chá, partes diferentes da folha são usados para criar cada um. Posteriormente à separação das mesmas, vários processos e tratamentos determinaram que tipo de chá será obtido. Dentre estes está o tamanho da folha após a secagem.
Assim na Gorreana produz-se 3 tipos de chá preto:
- Orange Pekoe - Broken Leaf - Pekoe -
Sendo que o único tipo de chá verde é:
- Hysson -"
A Gorreana produz chá verde e chá preto ortodoxo, assim designado porque durante o processo de transformação das folhas estas ficam na sua maioria, enroladas e inteiras- tal como acontecia com o chá que era trabalhado com as mãos e não por meio das novas tecnologias, que deixam as folhas partidas ou esmagadas.
Hoje em dia para além da Gorreana existe outra fábrica também situada na costa norte da ilha de São Miguel, em Porto Formoso. O chá do Porto Formoso, esta fábrica teve o ponto alto da sua actividade na década de 20 a 80. Reabriu em 1998 com novos donos. Esta ainda preserva os usos e costumes da apanha manual do chá.
A produção do chá nos Açores:
Não havendo um registo oficial da data de introdução do chá na ilha de São Miguel, a partir de vários relatos acredita-se a inserção inicial datar de 1750.
Em 1874, chegaram aos Açores (Ilha de S. Miguel) as primeiras sementes de Camellia sinensis e, alguns anos mais tarde, foram chamados dois especialistas chineses que se dedicaram a ensinar aos fabricantes locais as técnicas de preparação das folhas. Todas as variedades de chá provêm dos rebentos jovens desta planta, as diferenças derivam do clima, do período da colheita e do tratamento a que são submetidos posteriormente. Chegaram a funcionar na Ilha de São Miguel mais de uma dezena de plantações com fábrica própria. Entre elas encontrava-se a Gorreana que é actualmente, a única plantação com fábrica de chá de toda a Europa. A Gorreana explora 23 hectares, uma área capaz de produzir cerca de 40 toneladas de chá seco. São necessários em média, cerca de 4 Kg de folhas de chá fresco para obter 1 Kg de chá seco pronto para infusão.
"As imensas fileiras dos verdes arbustos que envolvem a Gorreana, proporciona a matéria prima essencial de todas as variedades de chá que aqui é produzido. Apesar de ser a mesma planta que fornece todo o chá, partes diferentes da folha são usados para criar cada um. Posteriormente à separação das mesmas, vários processos e tratamentos determinaram que tipo de chá será obtido. Dentre estes está o tamanho da folha após a secagem.
Assim na Gorreana produz-se 3 tipos de chá preto:
- Orange Pekoe - Broken Leaf - Pekoe -
Sendo que o único tipo de chá verde é:
- Hysson -"
A Gorreana produz chá verde e chá preto ortodoxo, assim designado porque durante o processo de transformação das folhas estas ficam na sua maioria, enroladas e inteiras- tal como acontecia com o chá que era trabalhado com as mãos e não por meio das novas tecnologias, que deixam as folhas partidas ou esmagadas.
Hoje em dia para além da Gorreana existe outra fábrica também situada na costa norte da ilha de São Miguel, em Porto Formoso. O chá do Porto Formoso, esta fábrica teve o ponto alto da sua actividade na década de 20 a 80. Reabriu em 1998 com novos donos. Esta ainda preserva os usos e costumes da apanha manual do chá.
(A chavena de chá - Columbano Bordalo Pinheiro)
2 comentários:
Leninha,
Gostei muito deste artigo sobre o chá. Fez-me lembrar da tua linda ilha que eu gosto tanto. E eu tenho cá em casa um grande apreciador do chá do Porto Formoso.
Ai chazinho da Gorreana e tão bommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!!!!
IHR
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